quarta-feira, 5 de março de 2008

Conselho de mercearia part#2


- Eis que ela se apaixona. - aquele lindo sorriso de canto de boca, de mãos dadas com boas lembranças e um suspiro encantador.
- Ah que lindo então. Ela tem um coração, e está apaixonada.
Mas onde ficam as facas?
- Exatamente aí.
- Aí? No coração da apaixonada?
- Não fica no coração por quem ela se apaixonou.
- Ela é uma assassina? Ela matou quem amava?
- Não!
Que tragédia de novela mexicana hein? - olhou o moço com olhar meio de lado.
- Não entendo o porquê das facas...
- Oh caro moço ignorante,
Lembra-te que ela não sabia se tinha um coração?
- Lembro.
- Ela se apaixonou por alguém que não sabe ter um coração.
Essa moça sou eu.
Há uma lenda que dentro daquele carne branca daquele moço há um coração, adormecido entra pedras como o meu foi um dia. Falta alguém garimpar alí. Já jorrei minhas belas frases, meus olhares, apelei até com algumas escritas... Mas ainda há muita obiscuridade alí.
Já não sei mais o que fazer.
Dizer que amo, talvez nem adiante mais.
Ou adiante. Não sei.
Eu não sei bem de nada. Ele é que sabe de tudo.
Que sempre tem razão.
Que é sempre o melhor.
Que me vê.
QUe me prevê, e acerta sempre! - olhar desesperado como quem já não sabe mesmo o que fazer.
- Já tentou fazer uma supresa?
Vai ver fuciona....
- Ele sempre acerta...
- Faça com algo simples então.
Com um chocolate que tal?
- Compro um chocolate e lhe dou do nada? Sem mais nem menos?
- Isso.
- Ele vai gostar. - um sorriso de esperança.

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