domingo, 24 de fevereiro de 2008

Apenas isso.

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#: de onde você veio, há muitas flores?!

&: dificilmente, apenas quando alguém as leva para lá.

#: então lá você não vê borboletas?!

&: não.

#: que triste. Não acha?

&: não.

#: você não acha triste não ver borboletas, e nem flores todos os dias?!

&: não.

#: mas você gosta de flores não é?

&: não.

#: você também não gosta de borboletas?!!!

&: não.

#: tu só fala a palavra " não " ?!!!

&: não!

#: não gostei dessa brincadeira... você está brincando, não é?

&: não!

#: como não?!

&: é que mal conheço as flores, tampouco borboletas.


Ela saiu andando, como se fosse a maior grosseria já dita por alguém naquela galáxia. Garotos do planeta Marte paracem todos estranhos mesmo, como pode não amar as flores, nem as borboltetas?! - disse ela, com uma decepção enorme do rosto. Não entedia que ele não podia amar o que não conhecia.

Mas ele a amou, mesmo conhecendo-a pouco, amou seus gestos, seus olhos e seu sorriso. Amou mesmo sem conhecer o aroma das flores ou o encanto das borboletas, de que tanto ela falava.

Ele não conhecia flores nem borboletas.... nem se quer precisava delas... Ele tinha um coração. E para amá-la, bastava apenas isso.

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