quinta-feira, 11 de junho de 2009

enfileirado

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e não era só uma fila. não só de notas e níqueis, anexados a códigos de barras prontos para efetuar qualquer pagamento. não eram só pernas cansadas de pessoas impacientes, que se apoiavam umas nas outras num embalo quase de maré, ora apoiando-se na perda esquerda... ora na perna direita, ora no cavate, ora no balcão... mas sempre buscando apoio aqui ou alí. a fila é bem como andamos ultimamente. buscando algum apoio. e quando não nos sustentamos mais, tendemos a cair pelos lados. lados esses que certamente haverá alguém.. e quando não houver? cairás então. juro como não torço por isso. mas quando vejo que nessa fila interminável estás sozinho, sinto que será inevitável. e é muito possível que quando isso ocorrer, eu esteja longe demais para correr e tentar lhe apoiar. é lamentável. mas, não fui eu que me afastei. fato que há um abismo, cuja escalação não fui eu que fiz. mas a fila é tão grande né?! tantas mentes aflitas pensando em desistir. tantas olhares aliviados pensando apenas em concluir. e algum palpitar no coração que não sabe exatamente o que quer. vai ver o melhor mesmo é esperar. e assistir. aguardo minha vez chegar, embalando-me nessa maré.
me apoio então no meu pé direito. e sigo.
mais um passo.

a fila se segue...

Um comentário:

Elis disse...

Voltou às escritas belas... e os sentimentos profundos.
Minha linda! Menina linda!
:*