terça-feira, 17 de junho de 2008

Desacordada.

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adormecerei! me dê então um sedativo beem forte. sentir talvez seja o mais doloroso agora. junta-se o tudo num nada, e nada adianta. nada me alcama. respirar arde... meu peito arranha. minha garganta não expeli palavras. minha pulsasão parou. e eu não estou aqui. transportei-me de órbita. preciso procurar outros tons para as cores que desbotam em mim. quero um horizonte distante, esse que de maneira alguma eu possa imaginar um fim. quero o novo, o começo. quero algo não imaginado, algo que se forme espontaneamente. abra-se então a minha caixinha mágica, ergam-a no ponto mais alto. jogue-a lá de cima. deixe que flutue tudo que há lá dentro. procurarei então. sem muito rumo, sem muito porquê. não quero voltar, apenas recomeçar, reconstruir. não pense que é um adeus, pois ainda buscarei o que deixei voar no tempo em que sonhava, em que dormia. por favor não acorde! a angústia me colocou num coma confortavel onde apenas escuto sua voz, mas não quero responder... até quando ficarás ai por mim? não pense que quando ver-te querendo partir é que irei acordar. não vou! continuarei desacordada. saiba que estar ao meu lado sem vida, é mesmo que ter ido embora. ainda sinto demasiada dor. vários ganchos prendendo meus braços, despediçando minhas asas que tanto custei a construir com meus clicletes mastigados e papéis coloridos. roubaram-me os lápis de cor. não sobreviverei! cubriram meus olhos com uma venda cor preta. confesso que nem tanto me dói, pois as cores já haviam me roubado mesmo. então de que adiantará enxergar? esmagaram minhas flores. retiraram todas do canteiro e entregaram-as para pessoas, egoismo puro! ninguém entenderia o verdadeiro valor de suas pétalas, retiraram-se os espinhos! mas eles não fazem mal, apenas mostram a realidade. e ao distrubuírem as flores, entregaram as pessoas também desilusão, trasformou a puresa das flores, no comum artificial... sangra em mim, a ausencia de vida. então deixo que se vá o sangue. não precisarei mais dele. os meus orgãos se desintegram. o olfato se perdeu, já que não há sentido não ter o aroma das minhas flores. meu paladar, em decorrencia da ausencia do olfato também se perdeu. se é para apenas sentir o gosto amargo, prefiro então não ter o que sentir. meu tato está dormente e não há mais o que tocar. o concreto se dissolveu, e o líquido evaporou. aconrrentada, e sem forças não posso voar até as nuvens para resgatar o que se foi. no canto de meus olhos ainda resta alguns pontinhos coloridos... ao lado da venda, parecem brilhar... é glitter. mas nem tudo que brilha é festa. percebo então que o cristal se dissolve e na verdade são lágrimas que a friesa de meu corpo deixou cristalizar. estou gelada. por completo. seca... ocapa! roubaram-me tudo. não sei mais o que é vida, nem onde encontrá-la. por favor não me acorde! estou num coma confortável, que faz com que sofra menos. adormeci!

Um comentário:

(Clarice Lispector). conversa com verso. disse...

Olá, sou nova no blog, te conheço do colégio... posso adicionar nos favoritos? (: gosto da maneira como vc escreve...