sexta-feira, 4 de julho de 2008

arte em órbita.

-
mudou de órbita. é como se fosse embora, e agora o contato não fosse mais possível. sem voz. sem abraços. sem letras. sem sorrisos. partiu sem esperança de voltar, se um dia irá voltar. é como se eu quisesse apenas lhe contar poucas coisas, e não pudesse mais. contar como acordei estranha. contar a voltade louca de comer aquele chocolate. confessar que vou ter que comprar aquela bolsa independente dos milhões de reais. bem, na verdade nunca tive muita noção de
preço. e quando falei que havia cansado de definições e medidas havia mais embutido... é que na verdade não sei medir. não conheço a exatidão. sempre fui tão relativa... e com isso não consigo definir. o que ontem era vermelho, hoje me parece meio cor-de-rosa... desbotou um pouco a cor... as minhas cores se perderam. fugiram... roubaram-me! falar pra mim é fundamental, mas o sorriso pra me acompanhar, o olhar pra dizer que sou muito confusa e estranhamente feliz, e a
ultima palavrinha segurando a minha mão, para perceber que o maior fundamento é ser o que sou, porque há um expetador. vai ver meu viver é mesmo uma grande peça. um ato de confusões. talvez viva mesmo para me exibir, e sem meu público não há show. sem olhos minhas cortinas nem se abrem muito menos tem a cor que tanto sonhei. minhas falas ensaiadas são para agradar. minha obra é positivista e intercalada com um sorriso. poderia dizer que ela sempre acaba com um sorriso. mas de fato nada se concluiu. foi dividida em capítulos que construo a
cada dia... a cada mês... a cada segudo. a cada fotografia. é um jogo de imagens, cores e alguns sons. algumas melodias para embalar. e uma voz fina a tagarelar bobagens esperanças e futilidades. alguns problemas no meu sistema de iluminação distorceu algumas imagens, escondendo suas verdadeiras cores. vivo num filme preto e branco. agora retirei o som. devolva-me as letras, quero hoje apenas as legendas. esse meu cinema mudo é pra me anestesiar. para que imagine os meus tons de voz mais propícios, e interprete tudo a maneira que quero. e quando foir para recolocar as cores até então ausentes, eu que pintarei. vou pegar minha velha tela branca, e traçar os contornos... passar pela linha pontilhada, caminho já descrito pela vida. recuperarei então meus amdados e vitais lápis-de-cores, e recolorirei tudo. mudarei certas cores. algumas passaram a ser bem surreais... tudo ateado ao dadaismo... onde só mesmo eu entenderei. ao colorir todo meu mundo, quero que a luz existente se erradie por quilometros... até quem sabe chegar a órbita a qual lhe perdi.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei. Ten um talendo dando para escrita. Trabalha bem isso, linda.

Beijo enorme.


Rapha